Conjugando os Quereres



(para meu amigo querido, que eu sempre vou querer em minha vida)

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Eu quero, tu queres
E nos olhamos
Eu quero, tu queres,
Nos beijamos

E o tempo marcha
Bem me quer?
Mal me quer?
Bem que eu queria

Esse meu “eu” que começa
A te querer mais e mais
Encontra no teu particípio
Um me ter como “querido”
Aos poucos me deparo
Com este “tu” e “eu” plural
Formamos um nós

Mas me engano (porque quero)
Nada tem de perfeito este presente
Teu querer não preenche
A totalidade do meu

E no espaço que sobra
Eis que chega um ele
Sim, maldito o seja
Essa terceira pessoa singular
Um gerúndio no caminho
Este “ele” esta querendo
Mas, e tu?

Sim, tu queres
(e eu padeço)
E ele quer
(e eu execro)
E vós quereis

Te mando pra bem longe
Tu que andavas tão perto do meu eu
Virou-me uma estranha

“Tu” agora, são “eles”
E sigo sozinho
Com as mãos amarradas
Sem mais o que poder fazer
Além de permanecer na solidão do infinitivo:
Querer

2 comentários:

  1. Tu sabe que sou eu!1 de maio de 2009 às 14:18

    Pelo menos a minha tragedia virou poesia...
    E que bom que tu tambem atende em mesa de bar, nao so em consultorio!

    :-)

    Beijos querida!

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