Quando envolta em cólera
No incandescer do sangue frio
Intoxicando pelas válvulas e órgãos
Corre quente, cáustico, ardente
De uma voracidade exacerbada
Transbordante que não posso digerir
Ao ponto de insustentável à garganta
Mas sigo com fome de mais e de tudo
E invejo como o sol cobiça
Aos luares de outras noites
Aspirando tudo que não possuo
Quero o que às estrelas pertence
Me tomo em imponência desmedida
Numa onipotência majestosa
E não me falha onde me fraudo
Mas me engrandeço por sabê-lo
E por repudiar a escassez
Economizo além do que devia
A trancafiar riquezas e relíquias
Sem despedidas por minhas partidas
Tudo aquilo que deixo para depois
Integra o que não me dará no hoje
Prefiro transitar no martírio
Pois só assim alcanço o alívio
E nessa minha impulsividade desenfreada
Tenho na luxúria o hedonismo mais doloso
Pelo exagero, em demasia e paro o excesso
Onde broto, permaneço e me desfaço
E que me atirem os rochedos ao telhado
Pois ainda tenho outros pecados resguardados
Que por blindagem a qualquer pedra atirada
Não rescindem, nem abalam
Fui feita de vento e fogo
E quando em ferro me faço
Em aço me transformo
Que texto manuelíssimo.
ResponderExcluirTe imaginei num buteco daqueles que vikings frequentavam bebendo em chifres, andando e apontando de mesa em mesa, pirofagiando essas palavras com uma voz incadescente.
ResponderExcluirBeijo, sua Valkiria.
Com o quadro do Bosch (gênio), tu fez um casamento perfeito nessa poesia.
ResponderExcluirSério guria, tu é de outro mundo.
Te adoro, saudade.
PS- Faz sol em Londres...
belas palavras uasadas de forma encantadora!!!
ResponderExcluirgosto do seu jeito de escrever...
continuarei a ler sempre seus textos,
Sds,
do cara que vc negou o msn atravéz do Gabito...