Ah! Eu sou Gaúcho!





         Os ventos possantes que sopram nas coxilhas distantes, nos pampas e até mesmo nos estádios de futebol mais importantes, Olímpico e Beira-Rio, onde as torcidas gremistas e coloradas fazem tremular as bandeiras verde, vermelha e amarela, exaltando num só coro o orgulho gaúcho, vêm com ainda mais entusiasmo em setembro. É neste mês que se comemora a Revolução Farroupilha, a revolta civil armada mais extensa em comarca nacional.


            Mas ao contrário do espírito brasileiro que se veste com as cores da pátria em copa de mundo, ou que vagamente recorda as origens comemorando carnaval em todo fevereiro, aqui nossa bandeira brande ao vento o ano inteiro. Eu já sei que vou arrumar encrenca com meus leitores fora de solo Rio Grandense, mas vejam bem, é fato que nosso orgulho tem vida dentro de cada coração gaúcho.


            Aqui, ao invés de cultuarmos traseiros em desfile de carnaval, maravilhamo-nos com os desfiles dos cavaleiros armados de bandeira e raça, em culto ao brasão de nossa “pátria”. Sim, vou radicalizar de vez agora, se é pra arranjar encrenca que não seja meia encrenca, que seja total. Isto porque o gaúcho é gaúcho antes de ser brasileiro. Nunca ouvi até hoje de um gaúcho que ele é brasileiro antes de ser gaúcho. Não quero desmerecer outras culturas, outros estados, isso seria estúpido da minha parte. Porém apenas os gaúchos entendem o significado deste orgulho.


            Nossa tradição vai ainda muito além do espaço geográfico e de indumentários, das tradicionais vestimentas, bombachas e vestidos de Prenda. Significa transmitir os valores que nossos antepassados nos legaram. Mas a transmissão de fatos culturais de um povo não consiste em qualquer forma de tradição? Sim. Mas cada grupo social tem sua própria escala de valores, o que diferencia os povos. Não estou aqui afirmando que temos mais ou menos valores que outros povos, mas existem peculiaridades que distinguem um povo do outro.


            E tradição gaúcha é o renascer de prestígios e glórias relacionadas a fatos épicos. É um culto à memória dos feitos de seu povo. Nasceu no campo, nos galpões e fez raiz em cada gene, sendo que trazemos no sangue e na alma, nos hábitos e em nossos valores a nossa honra. Fica minha singela homenagem à minha terra virtuosa, forte, aguerrida e brava. 




Agradecimento especial ao Rodrigo, autor dessa fotografia, e gaúcho. 
Isto resume. 

2 comentários:

  1. E cante junto comigo: Viva o Rio Grande do Sul!

    Ficou lindo, Manu.

    Beijo!

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  2. Mas bah tche!

    Eu vi um texto teu em outro blog, vim conferir o que tu escreve e dou de cara com isso. Realmente, tu só poderias ser gaúcha. E ganhou um leitor. =)
    A foto tá muito tri tb.

    Beijão!!!

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